Não me ouve?
Que eco é esse que tanto me responde?
Onde é que se esconde?
Como é que eu saio daqui?
Não sei para onde ir...
Porque esfriou tanto?
Porque levou meu encanto?
Que foi que te fiz?
Que não ri mais das minhas coisas
Que me deixa sozinha
Que me faz esperar...
Que não deixa o tempo passar!
Por que me fez chorar?
Que é que eu não te fiz?
Não declarei meu amor?
Tive muito medo da dor?
Que foi que te deu?
Que mal me acometeu?
Que sumiu de mim no auge do meu baticum
Que se foi sem aviso nenhum
Que raio caiu na Terra?
Com que cara me enterra?
Quem pensa que é?
Quem pensa que sou?
Eu sou só essa pobre que você abandou...
Eu e minhas justificativas: Sempre digo que sou acima de tudo e com muito orgulho, uma ótima leitora. E aqui aproveito para dar a César o que é de César, porque nem sei, se o que escrevo é fruto meu ou de tanta coisa que acumulo. Me pego fazendo citação em cima de citação, porque de certa forma, o que leio e o que escuto empreguina em minhas entranhas de tal maneira que não consigo enxergar em mim nenhum resquício sequer de ineditismo. Me absolvo quando me entendendo como esse balaio, me considero uma escritora toda cheia de colagens. Já me peguei revirando livros e livros, escritos, canastra e blogs, atrás de algum poema que acabei de escrever, e que por ter saído de mim tão inteiro me parece mais com um plágio do que com uma obra nata, mas nunca são realmente plágios, não plágios maciços, são idéiasplágiadas, copiadas, transformadas e moldadas pela minha forma de sentir o mundo. Amo, as letras, as musicas, os poemas, e esse universo me encanta, me surpreende, me emociona e isso diariamente. Outro dia fui presentada com um convite, de um querido amigo, de um show em homenagem ao Chico PERFEITO Buarque (thank's Polly) e fiquei super embaraçada ao ser pega aos prantos, por ouvir pela enésima vez 'Valsinha' na bela voz de Roberta Sá (recomendo que ouçam a interpretação). E não posso negar que essa sou eu, me arrepio inteira com leituras, choro descontroladamente com musicas que foram ouvidas e ouvidas tantas vezes, me encanto por melodias simples e por muitas vezes fico com meus olhos estatelados e humedecidos bem pregados na tela do meu computador. E foi isso que aconteceu agora a pouco e foi isso que me rendeu esse post.
O motivo: Depois de publicar esse post aqui debaixo, Os opostos se atraem?, fui fazer minha ronda diária pelos meus blogs favoritos e descobrir o que tanta gente boa tem feito por aí.... Então me deparei com um postincrível de Pérola Anjos ( http://soltando-linhas.blogspot.com) intitulado de "Apenas uma simples história de cinema", que dizia justamente o oposto de mim nesse ultimo post, o que me lembrou de como me encontrei com Pérola a primeira vez e tive contato com trabalho que faz, e esse encontro se deu justamente numa proposta de opostos encabeçada pelo "Intermediário" blog de um outro amigo que muito me ensina nos seus textos escritos com tanta verdade, Márcio (http://espacointermediario.blogspot.com/2010/12/do-fundo-do-bau.html). Dizem que a vida imita a arte e foi isso que nos aconteceu porque dessa vez os opostos foram expontaneos e eu não quis deixar passar em branco. Pérola, com a suavidade que é bem própria dos seus textos, exaltava o amor vencendo preconceitos e obstáculos, me ensinou aqui a velha lição da renúncia, tolerância , carinho gratuito, de se poder dar ao outro uma chance, de se poder dar a si mesmo uma oportunidade de ser feliz. Uma coisa que a Aline e o João Frederico aí do conto de baixo não conseguiram entender bem, e uma coisa que essa aline aqui ainda tenta absorver aos poucos.
Agradecimento: Obrigada a Pérola pela lição de hoje, por esse post, que foi todinho inspirado no dela, inclusive pelo formato. E obrigada a todos vocês meus amigos escritores de blogs que através de sua poesia e letras são verdadeiras fontes de inspiração, fazendo de mim essa colcha de retalhos. E acima de tudo, obrigada por não me deixarem perder a doçura.
O POEMA: O poema que me encantou que gerou todo esse desabafo e que poderá me redimir por estar sendo , por vezes, meio amarga:
"O que me importa se você é não E eu sim, Se sempre me dizes sim, O que me importa se eu não gosto do seu gosto, Se sem ti tudo é desgosto? O que importa se sou sol Se você só sabe chover? Se sem ti o sol não sai E a chuva não cai Molha muito, Muito mais" (Pérola Anjos)
se... te mordia te beijava te comia inteiro te engolia aos pedaços te provava cru e sem ponto te deixava tonto te prometia amor te deixava com dor te curava paciente te experimentava diferente te cuspia te lambia seria só sua e isso me bastaria!
Muito cuidado!!! Cuidado ao ter cuidado demais! Que quem muito se esquiva acaba ficando torto Perde o rumo E passa a vida atravessado! Cuidado de se achar tanto, Porque é no perder-se, Ou na perdição, Que fazemos as melhores descobertas... Cuidado ao abrir os olhos Perigoso cegar, Tem coisa que só vemos no escuro Só apalpando, apertando suave Cheirando bem e passando a língua devagar... Cuidado ao fincar os pés no chão Vai acabar enterrado! Viver é queda livre mesmo... Então, melhor iludir-se de vôo Curtir a brisa e reinventar paisagem Melhor se precipitar e virar tempestade Melhor ser vento do que poeira. Pior é ter cuidado! Pior é esperar muito, Pior do que morrer vivendo é viver morrendo Pior é ir secando aos poucos... Melhor ser livre, Melhor é ser!
O problema está justamente naquilo que nunca é dito! No oco das palavras não ditas Desespero cru Cruel! Nada encontro, Encontro o Nada! Nada! Estou invisivel, Fico muda ! ... e tão só...