segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Eco


Que houve?

Não me ouve?
Que eco é esse que tanto me responde?
Onde é que se esconde?
Como é que eu saio daqui?
Não sei para onde ir...
Porque esfriou tanto?
Porque levou meu encanto?
Que foi que te fiz?
Que não ri mais das minhas coisas
Que me deixa sozinha
Que me faz esperar...
Que não deixa o tempo passar!
Por que me fez chorar?
Que é que eu não te fiz?
Não declarei meu amor?
Tive muito medo da dor?
Que foi que te deu?
Que mal me acometeu?
Que sumiu de mim no auge do meu baticum
Que se foi sem aviso nenhum
Que raio caiu na Terra?
Com que cara me enterra?
Quem pensa que é?
Quem pensa que sou?
Eu sou só essa pobre que você abandou...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Redimição

Eu e minhas justificativas:
Sempre digo que sou acima de tudo e com muito orgulho, uma ótima leitora.
E aqui aproveito para dar a César o que é de César, porque nem sei, se o que escrevo é fruto meu ou de tanta coisa que acumulo. Me pego fazendo citação em cima de citação, porque de certa forma, o que leio e o que escuto empreguina em minhas entranhas de tal maneira que não consigo enxergar em mim nenhum resquício sequer de ineditismo.
Me absolvo quando me entendendo como esse balaio, me considero uma escritora toda cheia de colagens. Já me peguei revirando livros e livros, escritos, canastra e blogs, atrás de algum poema que acabei de escrever, e que por ter saído de mim tão inteiro me parece mais com um plágio do que com uma obra nata, mas nunca são realmente plágios, não plágios maciços, são idéias plágiadas, copiadas, transformadas e moldadas pela minha forma de sentir o mundo.
Amo, as letras, as musicas, os poemas, e esse universo me encanta, me surpreende, me emociona e isso diariamente.
Outro dia fui presentada com um convite, de um querido amigo, de um show em homenagem ao Chico PERFEITO Buarque (thank's Polly) e fiquei super embaraçada ao ser pega aos prantos, por ouvir pela enésima vez 'Valsinha' na bela voz de Roberta Sá (recomendo que ouçam a interpretação).
E não posso negar que essa sou eu, me arrepio inteira com leituras, choro descontroladamente com musicas que foram ouvidas e ouvidas tantas vezes, me encanto por melodias simples e por muitas vezes fico com meus olhos estatelados e humedecidos bem pregados na tela do meu computador. E foi isso que aconteceu agora a pouco e foi isso que me rendeu esse post.

O motivo:
Depois de publicar esse post aqui debaixo, Os opostos se atraem?, fui fazer minha ronda diária pelos meus blogs favoritos e descobrir o que tanta gente boa tem feito por aí....
Então me deparei com um post incrível de Pérola Anjos ( http://soltando-linhas.blogspot.com) intitulado de "Apenas uma simples história de cinema", que dizia justamente o oposto de mim nesse ultimo post, o que me lembrou de como me encontrei com Pérola a primeira vez e tive contato com trabalho que faz, e esse encontro se deu justamente numa proposta de opostos encabeçada pelo "Intermediário" blog de um outro amigo que muito me ensina nos seus textos escritos com tanta verdade, Márcio (http://espacointermediario.blogspot.com/2010/12/do-fundo-do-bau.html). Dizem que a vida imita a arte e foi isso que nos aconteceu porque dessa vez os opostos foram expontaneos e eu não quis deixar passar em branco.
Pérola, com a suavidade que é bem própria dos seus textos, exaltava o amor vencendo preconceitos e obstáculos, me ensinou aqui a velha lição da renúncia, tolerância , carinho gratuito, de se poder dar ao outro uma chance, de se poder dar a si mesmo uma oportunidade de ser feliz. Uma coisa que a Aline e o João Frederico aí do conto de baixo não conseguiram entender bem, e uma coisa que essa aline aqui ainda tenta absorver aos poucos.

Agradecimento:
Obrigada a Pérola pela lição de hoje, por esse post, que foi todinho inspirado no dela, inclusive pelo formato. E obrigada a todos vocês meus amigos escritores de blogs que através de sua poesia e letras são verdadeiras fontes de inspiração, fazendo de mim essa colcha de retalhos. E acima de tudo, obrigada por não me deixarem perder a doçura.

O POEMA:
O poema que me encantou que gerou todo esse desabafo e que poderá me redimir por estar sendo , por vezes, meio amarga:

"O que me importa se você é não
E eu sim,
Se sempre me dizes sim,
O que me importa se eu não gosto do seu gosto,
Se sem ti tudo é desgosto?
O que importa se sou sol
Se você só sabe chover?
Se sem ti o sol não sai
E a chuva não cai
Molha muito, Muito mais"
(Pérola Anjos)

Os opostos se atraem?

-Aline?

-Isso...Meu nome é Aline.

-Hum... Mas isso é uma pena!

-É? Por quê? Não é bom? Eu gosto do meu nome!

-Sei...(tom ironico) deve gostar mesmo! Toda Aline deve gostar...

-Toda Aline? Que história é essa?

-Toda Aline, é assim uma Aline convicta e detesta ouvir TODA Aline, desculpe...

- Tudo bem! Acho que sei o que quis dizer.

-Como queria se chamar quando era criança?

-Eu não... Acho que Ana Paula...É Ana Paula!

-Isso! Ana Paula ficaria ótimo em você! Pena não ter te conhecido assim Ana Paula.

-Aline fica muito bom em mim, fique sabendo!

-O pior é que fica...(suspiro) fica ótimo! E é uma pena mesmo!

-Por quê?

-Eu....

-Você o que?

-Sou um João Frederico!

-João Frederico?

-É, eu sei.

-Será que não funcionaria só João ou quem sabe Fred?

-Não... Sou um João Frederico genuíno, sempre fui assim, todo composto.

-E os Joãos Fredericos, também tem o maior orgulho dessa complexidade, não é mesmo?

- Acredito que sim... Ao menos funciona assim para mim.

-É, João Frederico, você tem razão, uma Ana Paula combinaria mais.

-Bom, Aline, boa sorte! Espero que encontre seu Gabriel!

-Isso seria ótimo! Se bem que, um André já me cairia muito bem! E... tomara que você encontre sua Ana Paula!

-Obrigada! Ao menos as Anas são bem interessantes e quase todas compostas...

- João! Digo João Federico, me lembrei de acabei de cruzar com uma Ana Flávia, e ela era linda!

- Mesmo? Então deixa eu me apressar, porque ela pode esbarrar em um José Carlos no caminho... Ah, Aline?

- Sim?

- Obrigada!

- (sorriso)...Corre lá! Você merece!.... Ai,ai...realmente é uma pena, ele era um lindo João, quer dizer, João Frederico!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Futuro do Pretérito

se...
te mordia
te beijava
te comia inteiro
te engolia aos pedaços
te provava cru e sem ponto
te deixava tonto
te prometia amor
te deixava com dor
te curava paciente
te experimentava diferente
te cuspia
te lambia
seria só sua
e isso me bastaria!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AVISO

Muito cuidado!!!
Cuidado ao ter cuidado demais!
Que quem muito se esquiva acaba ficando torto
Perde o rumo
E passa a vida atravessado!
Cuidado de se achar tanto,
Porque é no perder-se,
Ou na perdição,
Que fazemos as melhores descobertas...
Cuidado ao abrir os olhos
Perigoso cegar,
Tem coisa que só vemos no escuro
Só apalpando, apertando suave
Cheirando bem e passando a língua devagar...
Cuidado ao fincar os pés no chão
Vai acabar enterrado!
Viver é queda livre mesmo...
Então, melhor iludir-se de vôo
Curtir a brisa e reinventar paisagem
Melhor se precipitar e virar tempestade
Melhor ser vento do que poeira.
Pior é ter cuidado!
Pior é esperar muito,
Pior do que morrer vivendo é viver morrendo
Pior é ir secando aos poucos...
Melhor ser livre,
Melhor é ser!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Leite de pedra

O problema está justamente naquilo que nunca é dito!
No oco das palavras não ditas
Desespero cru
Cruel!
Nada encontro,
Encontro o Nada!
Nada!
Estou invisivel,
Fico muda !
...
e tão só...