terça-feira, 9 de março de 2010

Desperdício

(Pintura- Amadeo Modigliani)

Que raiva
Muita raiva
De ter me tirado tanto
Desperdiçando assim meu pranto
Perdi minha identidade oculta
Aquela que usava quando estávamos juntos
Quando te pressentia meu mundo
E agora?
Quero ver me acostumar sem mim
Sem aquele deboche
Aquela empáfia de dona do mundo
Te devorando em um segundo
Sem aquela certeza de rainha de um súdito só
E mor...
E aquela delícia de ser mil em uma
De ser carne e unha
De ter desejos
E produzi-los em você
De fantasiar uma vida no campo
E querer passear na Champs-Élysées
De ouvir musica minha
E tantas outras recitar
Que raiva!
Que deselegância a sua não mais me amar...
Que desperdício é esse de nunca mais me ter
De não mais me ver
Que besteira a sua
Nunca mais me viu nua!


(Agradecimento especial a Fernanda Marra por me apresentar Amadeo por quem estou apaixonada)

2 comentários:

  1. Que a raiva se abrande, mas só se não for prejudicar a qualidade dos textos. Se for pra prejudicar, enraivessa-se de vez.
    Beeeeeeeeijo.

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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  2. kkkkkkkkkk
    preocupa não....meus sentimentos são assim intensos mas não causam muito estrago e nem permanecem por muito tempo intactos...vou com certeza continuar sentindo raiva e tanta coisa além...tomara que isso tudo me ajude mesmo com meus textos!
    beijo!

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