segunda-feira, 26 de abril de 2010

30's

Tento separar as mexas grisalhas dos meus cabelos... mas não consigo!Então suspiro! Tento apertar meus culotes que não sedem as minhas causas ou as minhas calças tão justas...
Puxo as alças do meu soutien para que eles sejam mais flexíveis, endurecendo as minhas dores e levantando meu ego...
Passo base, pó, blush ruge que não me mude só atenue... Essa falta de saúde! Passo rimel bem forte que arqueie meu norte e jogo os cabelos para frente e para trás, tentando tirar sem muita sorte o liso que escorre minha vaidade... da testa até a fresta dos meus sapatos altos!
Ando inquieta na noite... Então faço um verso e converso com minha cama vazia, de alma fria e tão insolente!
Temo as decisões tomadas pois deixarão marcas mais profundas do que as que fiz, cicatriz de queda de criança tatuagens e lembranças. Sinto vida em cada centímetro do meu corpo mas não me permito errar tanto!.... quando erro...Pranto!
Sou dona das minhas vontades, dos meus medos e desejos mas ainda não me decidi! Espero o futuro sensata mas faço planos e sonho acordada! Trabalho dedicada e ensaiada!Repito a vida ...
Me preocupo com salários, impostos e inflação... Pago tudo à vista! E recebo vida à prestação...

7 comentários:

  1. Olha, a cada linha uma identificação para chegar ao final e me deparar com o óbvio assombro dito de uma forma tão bem dita... pago tudo à vista também e a vida sempre me devolve em prestação, quando devolve... porém, não desistimos!!!

    Um beijo grande Aline, me encontro em teus escritos.

    Carmen Silvia Presotto

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  2. Carmen, ainda ajeitava o texto qdo vi seu lindo comentário... a princípio era um poema como você deve ter percebido, mas achei muito comprido e resolvi juntar tudo...
    Muito bom ter presente sempre com olhos tão atentos...

    Muito beijos!

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  3. Aline,
    Este texto ficou visceral e flui como água ou como a vaidade que tescorre da testa até a fresta dos meus sapatos altos. Ótima imagem, bem como a última, já apontada pela Carmen.
    Me permite uma discórdia? Aí vai:
    Você diz "Sou dona das minhas vontades, dos meus medos e desejos mas ainda não me decidi!". Com todo o respeito a este texto maravilhoso, acho que raramente somos donos das nossas vontades, dos nossos medos e menos ainda dos desejos. Não somos donos, não: eles é que são donos de nós.
    Gostei muito e é visível que seus escritos vêm crescendo.
    Ah, e desencana dos 30 (que nem chegaram, por sinal), vai te catar e seja benevolente com os que já passaram dos 40. (rs...)
    Beeeeeeeijo, poeta inquieta, e parabéns pelo calor da hora, qualquer hora.

    Ivan Bueno
    blog: Empirismo Vernacular
    www.eng-ivanbueno.blogspot.com

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  4. ahhhh ivan ....
    tão rico no que comenta.. só me alimenta...hehehehehe
    olha só, concordo com vc sobre a questão do racional e do que nos vem como instintos... aliás tema muito bem abordado em vários dos seus escritos...
    mas minha conotação aqui era outra..falava sobre o bonus da idade e da maior facilidade que temos em tomar decisões e fazer escolhas.. da seguransa que se constroi com o tempo...
    vou tentar desencanar ...hehehe... mas é estranho como esse número é pertubador...
    beeeijo

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  5. ERRATA:
    Onde escrevi "tescorre", leia-se "te escorre" e onde escrevi "meus" leia-se "seus", pois os sapatos são seus, Aline.
    Errata feita.

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  6. ERRATA 2:vc foi muito honesto e me obrigou a isso...segurança é com ç e não com s...
    tescorre ficou até bonitinho mas não vem pegar meu sapato não!

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